Homero Mafra destaca a independência da Ordem
Postado em: 10/08/2015
A Ordem dos Advogados não está ligada a governos, não está ligada a partidos, ao Estado. A Ordem está umbilicalmente ligada à sociedade civil e aos direitos humanos”, afirmou o presidente da OAB-ES, Homero Junger Mafra, em seu pronunciamento, na abertura da Semana do Advogado, realizada na noite desta quarta-feira (05), no Centro de Convenções de Vitória.
Em sua mensagem aos mais de mil advogados que participam do evento, Homero Mafra foi enfático ao denunciar que advogados e advogadas representantes das Comissões de Direitos Humanos e de Política Criminal e Penitenciária foram impedidos, recentemente, de entrar no CDP de Guarapari.
“Não queriam que os advogados demonstrassem que ali havia violência e desrespeito aos direitos humanos. Não queriam a presença da Ordem porque sabem que temos uma voz independente. Aliás, essa é a grande característica da Ordem dos Advogados. A Ordem não está ligada a governos, a partidos, ao Estado, está umbilicalmente ligada à sociedade civil brasileira, aos valores da democracia”, afirmou.
Homero Mafra criticou, ainda, a versão oficial da Sejus sobre os fatos. “A Secretaria de Justiça, comprando uma versão falsa, porque não acredito que o secretário afirmasse aquilo sabendo da realidade da situação, disse que os advogados não aceitaram as normas de segurança. Isso porque os advogados não queriam ouvir os presos junto com os agentes. Essa foi a não observância das normas de segurança, querer ouvir os presos sem os olhos e ouvidos do estado sobre aqueles que querem e precisam denunciar a violência.”
“Só uma Ordem forte, independente, que se funda na advocacia e tem raízes na advocacia pode fazer um evento desta natureza e pode dizer não à arbitrariedade, à violência, ao rompimento com o Estado Democrático de Direito, pode dizer não ao ferimento dos direitos humanos”, ressaltou Homero Mafra.
O presidente da OAB-ES, falando especialmente aos advogados mais jovens, lembrou da iniciativa da Comissão de Estadual de Advogados em Início de Carreira (CEAIC) de propor ao Conselho Seccional a instituição de uma Tabela de Diligências, já em vigor e que serviu de referência para as demais seccionais. “Cumpram a tabela, não trabalhem por honorários vis, resistam à força e ao cartel dos grandes escritórios, que querem impor salário infamante que seus sócios não aceitariam. Façam cumprir nossa tabela. Sejamos, cada vez mais, advogados.”